Há momentos em que o destino te leva por caminhos que você nunca imaginou. Meus atendimentos espirituais começaram durante um período sabático, quando me mudei para uma comunidade nas montanhas do sul do Chile, que hoje considero a sede do meu caminho espiritual.
Eu estava passando por uma crise criativa, uma busca profunda por algo que preenchesse o vazio em meu ser. Nesse processo, os atendimentos espirituais começaram a surgir, de maneira intuitiva e por meio de sonhos. A flecha da Jurema, apesar de ser o meu atendimento mais antigo, foi a última a ser concebida e nomeada.
Nesse momento, eu estava revisitando meu passado, minha história. Abri uma caixa que continha minha vivência na Umbanda, quando trabalhava no terreiro. A linha de caboclo tupinambá era a que eu seguia, e a Cabocla Jurema era uma das entidades femininas que eu havia recebido.
No entanto, aqui, em nossa comunidade, comecei a fazer parte do grupo musical, e gradualmente, Jurema foi se tornando uma presença mais forte em minha vida. Foi como se ela viesse a mim em um sonho, uma visão, uma intuição. Eu a reconheci como uma entidade que era parte de mim, uma conexão profunda que eu não podia ignorar.
Comecei a estudar sua lenda, sua história, e me apaixonei por sua energia de proteção e precisão. Um dos pontos de Jurema que mais me encanta fala sobre sua flecha certeira atingindo seu objetivo. Essa energia objetiva, feminina e protetora tornou-se um guia em minha jornada espiritual.
Hoje, a flecha da Jurema é parte fundamental dos atendimentos que ofereço. É uma jornada que continua a me ensinar sobre a espiritualidade, a conexão com o divino e o poder da intuição. Cada passo desse caminho é uma busca constante pelo significado, pelo autoconhecimento e pela conexão com o sagrado.
E assim, essa história de encontros e reencontros me trouxe até aqui, e agora eu compartilho com vocês a jornada da Jurema, uma jornada de amor, proteção e busca da conexão interior.