Sobrevivendo a um trauma

18 de Maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A estatística diz que o Brasil registra, em média, 130 casos por dia de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Eu, dentre tantas outras mulheres e homens, faço parte da estatística.

Quando eu tinha 10 anos, fui vítima de abuso sexual (o 1º de outros 3 que aconteceram). Esse evento mudou minha vida. Não dá pra mensurar o estrago que essa experiência causa em uma criança. A culpa, a vergonha, a ansiedade, o medo de ser vulnerável, a necessidade de se proteger e ficar na defensiva o tempo todo, a insegurança…são algumas marcas que esse trauma deixa.

Por conta da minha estrutura familiar não tinha como contar o que tinha acontecido e durante anos, mantive esse segredo. Só consegui compartilhar isso com algumas pessoas da minha família quando já era adulta.

Apesar de ser uma experiência destruidora, essa dor foi a porta de entrada para minha viagem interna. Porque um dia, algo mudou em mim. Era como se uma voz interior estivesse me dizendo que eu não estava sozinha. Até porque, na época que consegui lidar com esse trauma, eu já tinha 20 anos e trabalhava na Girassolidário, uma ONG de defesa da infância e adolescência. E por conta desse trabalho, eu vi que havia outras pessoas como eu e que eu poderia encontrar ajuda.

Foi assim que comecei a minha jornada como sobrevivente de #abusosexual . Foi difícil, mas encontrei forças para enfrentar o trauma e transformar minha dor em algo positivo, um combustível para minha aventura de passar de vítima à sobrevivente.
O trauma não define quem eu sou, mas pode determinar quem eu serei depois dele – e isso EU considero uma escolha.
Kharma não justifica escolhas conscientes. E a minha “luta” (ou ativismo) é pela expansão da consciência da humanidade.

Por isso, quero compartilhar minha história para que outros sobreviventes saibam que não estão sozinhos e que há esperança de cura e transformação.
Se você está passando por algo semelhante, saiba que há ajuda disponível.
Me escreva, diga: SOU SOBREVIVENTE!

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